O dólar iniciou esta sexta-feira (27) em alta, atingindo R$ 6,21 nos primeiros minutos do pregão. O movimento reflete a cautela dos investidores que ainda detém investimentos no país, seguem atentos aos mais recentes dados de inflação e emprego no Brasil, além de monitorarem os desdobramentos nos cenários político, fiscal e judicial.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia oficial da inflação, apresentou alta de 0,34% em dezembro, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo das projeções do mercado financeiro, que esperava uma elevação de 0,45%.

Em relação ao mercado de trabalho, o IBGE também revelou que a taxa de desemprego caiu para 6,1% no trimestre encerrado em novembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Este é o menor nível da série histórica, mantido pelo segundo mês consecutivo, em linha com as expectativas do mercado.

O desempenho do câmbio e os dados econômicos reforçam o clima de atenção entre os investidores, que analisam os indicadores como termômetro da atividade econômica e da estabilidade fiscal do país.

Banco Central intervém no câmbio, mas impacto no dólar é limitado

Imagem: marketlan em Adobe Stock

Na última quinta-feira (26), o Banco Central realizou leilões de dólares no mercado de câmbio, uma tentativa de conter a valorização da moeda americana em meio à instabilidade econômica e incertezas fiscais. A medida, que visa injetar liquidez no mercado, teve efeito pontual, mas ficou aquém de reduzir significativamente a pressão sobre a cotação.

Durante o pregão, o dólar permaneceu estável, com oscilação mínima. Ao final do dia, a moeda americana registrou uma leve queda de 0,09%, encerrando cotada a R$ 6,1794.

A intervenção da autoridade monetária reflete a preocupação com a escalada do dólar, que, além de impactar o custo de importações, também influencia diretamente a inflação e o planejamento econômico. Especialistas avaliam que o impacto limitado dos leilões pode indicar que o mercado ainda está reagindo a fatores estruturais, como o cenário fiscal incerto e as flutuações da economia global.

A continuidade das intervenções dependerá do comportamento da moeda nos próximos dias, além das decisões do Banco Central sobre a política monetária. No entanto, analistas apontam que, para conter movimentos mais intensos, será necessário combinar ações cambiais com medidas econômicas que reforcem a confiança no mercado interno.

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